sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Lagarta do pinheiro (e cedro) ou processionárias - CUIDADO!!!

Boas
Como já vamos em finais de Janeiro já devem de andar por ai algumas "processionárias", ou se não andam pouco deve faltar.

Deixo de seguida uma breve explicação e alguns cuidados a ter, principalmente com animais e crianças pois são curiosos por natureza.
 
Nesta altura não leve os seus animais a passear em zonas com pinheiros (pinhais) ou com cedros pois são locais propícios a esta praga. O mesmo se aplica aos passeios em família e caminhadas.
Tenha em conta que não é apenas na rua que podem existir pinheiros, no nosso próprio quintal ou quintal do vizinho pode existir um pinheiro, o qual nunca nos lembramos pois não é na rua.
 
Espero que esta publicação possa ajudar alguém.
Beijinhos
 
"A lagarta do pinheiro, designada também como processionária, denomina-se como Thaumetopoea pityocampa e para além de destruir a floresta pode causar graves problemas de saúde pública.

Esta praga, além do pinheiro bravo, ataca igualmente outros pinheiros: o silvestre, o laríceo, o manso, o insígne, e o pinheiro de alepo, assim como Cedrus Atlântica, Cedrus Deodara e Cedrus do Libano, como foi comprovado em matas nacionais.Esta lagarta encontra-se disseminada por todo o País, não sendo raro observarem-se os seus estragos em qualquer região de pinhal. Até nas grandes altitudes, o que para certas pragas e doenças constitui uma barreira, iremos encontrar a "processionária" a viver normalmente .
 
 
Entre Janeiro e Maio, as processionárias abandonam o pinheiro para se
enterrarem no solo, na sequência do seu ciclo de desenvolvimento. Deixando o seu hospedeiro em fila como uma procissão ( daí o seu nome) dirigem-se em direção ao solo onde irão continuar o seu desenvolvimento.
Entre Agosto e Setembro nascem as lagartas propriamente ditas que se agrupam em ninhos na copa dos pinheiros, de forma a manter o calor e de onde saem à noite, ligadas por um fino fio de seda que utilizam para regressar ao ninho após as suas sortida.
 
Estas lagartas possuem 8 recetáculos com cerca de 120.000 pelos urticantes. A lagarta ao mover-se abre estes recetáculos libertando milhares destes pelos e aumentando a possibilidade de intoxicação de um animal ou de uma pessoa que entre em contacto com eles. Os pelos agem como agulhas, injetando as substâncias tóxicas na pele ou mucosas. Os cães, devido a cheirarem ou morderem as lagartas movidos por curiosidade natural e as crianças por brincadeira, são os principais afetados, na cabeça em especial, olhos, mucosa oral e muito geralmente a língua.
Caso tenha pinheiros em casa ou nos arredores deve ter em conta que o problema que afeta o seu cão pode dever-se a esta situação. A necrose ( morte) dos tecidos ocorre geralmente e a sua gravidade em alguns casos leva a que a única alternativa para o animal seja a eutanásia pois será impossível a sobrevivência com um mínimo de qualidade de vida.
 
Não é necessário um contacto direto entre a larva e o animal para este último ser afetado, pelo que o simples ato de farejar os pelos urticantes pode causar danos ao animal.
A intoxicação por processionária assume um carácter sazonal, dependente do clima da região, verificando-se uma maior percentagem de casos durante a Primavera e Verão.
A principal via de contacto dos cães com a processionária é cutânea, podendo ser também digestiva e ocular.
No cão, os lábios, a mucosa oral e a língua são as partes do corpo mais afetadas.
 
SINAIS CLINICOS E LESÕES (variáveis e de carater evolutivo)

- a língua – é o órgão mais afetado, aumenta de volume, torna-se azulada e com a evolução surgem áreas de necrose(pretas) podendo ocorrer, no local de contacto, perda dos tecidos num período de 6 a 10 dias. Consecutivamente o animal pode apresentar apatia, falta de apetite ou dificuldade na preensão dos alimentos
- a face - intenso prurido (comichão ) e edema (focinho “inchado”),
- salivação excessiva
- olhos – em caso de contacto com a mucosa ocular o animal pode apresentar “olho azul” (edema da córnea), fobia à luz, prurido ocular, etc.
- sinais sistémicos - são mais raros, porém possíveis, existindo relatos de choques anafiláticos, tremores musculares, coma e mesmo morte do animal.

Nestes casos recomenda-se o tratamento sintomático, que passa inevitavelmente pela lavagem da zona afetada, a administração endovenosa de corticoesteroides, antibióticos e analgésicos, podendo no entanto ser necessário cuidados adicionais.
Dependendo do caso pode ser necessário uma cirurgia da língua com o objectivo de corrigir os defeitos linguais e facilitar a ingestão de água e alimento.
O prognóstico é reservado, apesar da maioria dos casos apresentar uma evolução favorável
 
Caso se depare com um ninho ou local com lagartas do pinheiro pode e deve contactar as autoridades responsáveis pelo ambiente da sua área de residência a alertar para a situação.
Na área de Cascais pode ligar para o Centro de Atendimento da Cascais Ambiente | Linha verde 800 203 186, das 9h00 às 17h00, de segunda a sexta-feira | linhaverde@cascaisambiente.pt

Se houver contacto: 
Humano -  Lave a zona afetada com sabão e dirija-se ao hospital
Animal - Se o contacto for com um animal leve-o o mais rapidamente possível ao veterinário

De qualquer das maneiras caso encontre as lagartas ou ninhos nunca deve tratar deles sozinhos, mas se o decidir fazer proteja-se bem e queime os ninhos e lagartas num local que mal comece a arder se possa tapar até estar tudo bem assente, não varra o chão é preferível lavar, mas com muito cuidado pois os pelinhos das lagartas são tóxicos e soltam-se facilmente e como são leves podem andar pelo ar.
  
Fonte 1
Fonte 2
Fonte 3
Fonte 4
Imagens
Ninho lagarta 
Lagartas
Necrose lingua
 

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